De onde vir, venho só.
De minhas entranhas brotam
Versos que não são meus.
Sinto dores que não são minhas
E há em meu coração todas as angústias.
Ando só. Sinto só.
Há em mim um rio torrencial
De lágrimas alheias.
Amo só. Morrerei só.
Há em mim tudo:
Os gritos que ecoam,
O silencio oculto,
Os olhares mudos,
E toda solidão do mundo.
Alguém um dia me dará a mão?
Quem?
E quando eu morrer o que será
Do meu destino que não mais existirá?
Não haverá destino para mim
Quando não mais existir.
O meu destino será um destino alheio.
Não haverá mais ninguém
Para dizer: “Estou só”.
Não haverá mais eu.
Haverá apenas a lembrança
De alguém que se passou na vida por mim.
Poemas Clandestinos
terça-feira, 2 de abril de 2013
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Abraça-te
Entre pela porta e abrace o ar oco.
Abrace o que deseja,
Ainda que seja apenas o que desejas.
Ainda que seja apenas a fantasia
Que criastes para fugir da realidade vazia.
Abrace o vento e seus pensamentos.
Abrace a brisa , as gotas de chuvas,
Os raios de sol, o brilho das estrelas.
Abrace as pétalas e borboletas.
Abrace as perdas, as conquistas
E cada momento que tornou-te quem és.
Abrace o que parece impossível para muitos.
A vida é para aqueles que sonham, acreditam e buscam.
Abraça-te e o mundo – o teu mundo.
Abrace o que deseja,
Ainda que seja apenas o que desejas.
Ainda que seja apenas a fantasia
Que criastes para fugir da realidade vazia.
Abrace o vento e seus pensamentos.
Abrace a brisa , as gotas de chuvas,
Os raios de sol, o brilho das estrelas.
Abrace as pétalas e borboletas.
Abrace as perdas, as conquistas
E cada momento que tornou-te quem és.
Abrace o que parece impossível para muitos.
A vida é para aqueles que sonham, acreditam e buscam.
Abraça-te e o mundo – o teu mundo.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Eclosão da Alma
O que esperar de mim?
Ter um título, um melhor salário,
Casar e ter filhos?
Ser reconhecido?
Mas não sou alguém?
Entre tantos sonhos, sonhei que um dia poderia
Ser eu. Não aos olhos do mundo,
Mas aos olhos que me ver.
Estarei eu me vendo? Vou sendo, sem saber o quê.
Eis o mendigo da praça que bebe para suportar o frio,
O dono do bar com seu semblante triste e vazio,
O lixeiro que rir para esconder a dor, as prostitutas
Que tiram a solidão dos homens casados, os loucos
Que vivem a realidade do seu mundo.
E assim vão se fazendo e se criando.
Ser é ser no tempo. Estou sendo?
Não sou nada. Não se pode ser nada.
Tenho tantos desejos e não tenho tempo.
É meia noite. Terei mil e uma noites...
Em mim estão todos os segredos do mundo.
Seria feliz se fosse um matuto
Ou se amasse a garota que vende flores na praia?
Talvez. Quem seria eu se não fosse eu?
Tenho em mim tantos sonhos e apenas uma vida.
Há em mim o que é inacessível aos olhos
E quem me ver perde-se no que não sou.
Não sou nada. Perdi-me há tantos pensamentos.
Essa noite estou perplexo, como quem procura o que nunca
Perdeu. Estou hoje dividido entre a felicidade e a tristeza,
Entre a neutralidade oca e assustadora da meia noite. Sinto o pesar
Da aurora da madrugada, da brisa fria entrando pela minha janela,
Dos meus versos fúteis e desse poema inútil. Tudo irá morrer,
Assim como esse poema e quem o escreveu.
Tudo que aprendi foi em vão.
Ensinaram-me a ler e escrever. Mas como aprender a ser?
Sou o que fizeram de mim ou o que fiz de mim?
Fiz de mim o que não queria e me perdi em desejos alheios.
Derramei todas as lágrimas sozinho. E sozinho suportei todas as angústias
Do mundo e carreguei todas as dores de milhões de corações.
Sinto o quanto errei até agora.
Sou quase o avesso do que esperei de mim.
Tomo mais uma taça de vinho e penso no que aprendi.
O que me ensinaram na infância roubou-me a esperança.
Quero água para matar a sede, descerei até o poço para bebê-la,
E em sua escuridão ficarei um tempo sozinho até saciar-me.
Estou essa noite cansado e perdido. Não quero saber a verdade de nada.
Não procuro nem um sentido,
Até porque não há sentido em procurar sentido.
O que escrevo é a realidade do que sinto ou a realidade do mundo?
Há mais vida em mim ou em um mendigo, ou algum louco?
Há tantos loucos lúcidos em suas realidades.
Hoje não queria ser eu.
Talvez nunca quisesse ter sido eu.
Hoje em meu quarto sinto a solidão em qualquer intervalo
Entre espaços e em todos os objetos.
(Beba! Beba todo o vinho do cálice. E beba também o meu sangue.
Queria ter tua coragem cega de seguir uma crença. Queria acreditar
Que os que desistiram foi por covardia ou por falta de fé. Queria desistir
Como desistisses dos que desistiram.
E peço-te doce amada: beba todo o vinho do teu cálice e beba todo teu sangue,
Pois só assim poderás ser tu. Bebas tua verdade.)
Estou perdendo a fé que nunca tive.
Abracei tantos mendigos quanto Cristo,
Meditei tanto quanto Buda,
E fiz de mim meu próprio inferno.
Sinto falta da criança que fui um dia
E inveja de tantos outros por não seu eu.
Agora resta-me o amargo pesar do que nunca fui
E que jamais serei.
Resta-me o que ficou perdido no tempo
E que jamais encontrarei, ainda que haja em mim.
Já não sou mais eu. E ainda que meu corpo refletido no espelho
Diga o contrário, sei que não sou mais eu. Não consigo ser eu.
Mas quem sou? Sou o que penso e o que sinto?
Mas penso tantas coisas e há tantos sentimentos opostos em mim.
... Um dia sonhei que havia tantos em mim
Que meu corpo sentou, gritou e depois dormiu na eternidade.
Ter um título, um melhor salário,
Casar e ter filhos?
Ser reconhecido?
Mas não sou alguém?
Entre tantos sonhos, sonhei que um dia poderia
Ser eu. Não aos olhos do mundo,
Mas aos olhos que me ver.
Estarei eu me vendo? Vou sendo, sem saber o quê.
Eis o mendigo da praça que bebe para suportar o frio,
O dono do bar com seu semblante triste e vazio,
O lixeiro que rir para esconder a dor, as prostitutas
Que tiram a solidão dos homens casados, os loucos
Que vivem a realidade do seu mundo.
E assim vão se fazendo e se criando.
Ser é ser no tempo. Estou sendo?
Não sou nada. Não se pode ser nada.
Tenho tantos desejos e não tenho tempo.
É meia noite. Terei mil e uma noites...
Em mim estão todos os segredos do mundo.
Seria feliz se fosse um matuto
Ou se amasse a garota que vende flores na praia?
Talvez. Quem seria eu se não fosse eu?
Tenho em mim tantos sonhos e apenas uma vida.
Há em mim o que é inacessível aos olhos
E quem me ver perde-se no que não sou.
Não sou nada. Perdi-me há tantos pensamentos.
Essa noite estou perplexo, como quem procura o que nunca
Perdeu. Estou hoje dividido entre a felicidade e a tristeza,
Entre a neutralidade oca e assustadora da meia noite. Sinto o pesar
Da aurora da madrugada, da brisa fria entrando pela minha janela,
Dos meus versos fúteis e desse poema inútil. Tudo irá morrer,
Assim como esse poema e quem o escreveu.
Tudo que aprendi foi em vão.
Ensinaram-me a ler e escrever. Mas como aprender a ser?
Sou o que fizeram de mim ou o que fiz de mim?
Fiz de mim o que não queria e me perdi em desejos alheios.
Derramei todas as lágrimas sozinho. E sozinho suportei todas as angústias
Do mundo e carreguei todas as dores de milhões de corações.
Sinto o quanto errei até agora.
Sou quase o avesso do que esperei de mim.
Tomo mais uma taça de vinho e penso no que aprendi.
O que me ensinaram na infância roubou-me a esperança.
Quero água para matar a sede, descerei até o poço para bebê-la,
E em sua escuridão ficarei um tempo sozinho até saciar-me.
Estou essa noite cansado e perdido. Não quero saber a verdade de nada.
Não procuro nem um sentido,
Até porque não há sentido em procurar sentido.
O que escrevo é a realidade do que sinto ou a realidade do mundo?
Há mais vida em mim ou em um mendigo, ou algum louco?
Há tantos loucos lúcidos em suas realidades.
Hoje não queria ser eu.
Talvez nunca quisesse ter sido eu.
Hoje em meu quarto sinto a solidão em qualquer intervalo
Entre espaços e em todos os objetos.
(Beba! Beba todo o vinho do cálice. E beba também o meu sangue.
Queria ter tua coragem cega de seguir uma crença. Queria acreditar
Que os que desistiram foi por covardia ou por falta de fé. Queria desistir
Como desistisses dos que desistiram.
E peço-te doce amada: beba todo o vinho do teu cálice e beba todo teu sangue,
Pois só assim poderás ser tu. Bebas tua verdade.)
Estou perdendo a fé que nunca tive.
Abracei tantos mendigos quanto Cristo,
Meditei tanto quanto Buda,
E fiz de mim meu próprio inferno.
Sinto falta da criança que fui um dia
E inveja de tantos outros por não seu eu.
Agora resta-me o amargo pesar do que nunca fui
E que jamais serei.
Resta-me o que ficou perdido no tempo
E que jamais encontrarei, ainda que haja em mim.
Já não sou mais eu. E ainda que meu corpo refletido no espelho
Diga o contrário, sei que não sou mais eu. Não consigo ser eu.
Mas quem sou? Sou o que penso e o que sinto?
Mas penso tantas coisas e há tantos sentimentos opostos em mim.
... Um dia sonhei que havia tantos em mim
Que meu corpo sentou, gritou e depois dormiu na eternidade.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Nostalgia
Estava a caminho.
Agora paro no meio da estrada.
olho a pedra,
que não é nada sem o homem.
Vejo as flores,
que sem meus olhos
não teriam cores.
O vento leva o resto
que ficou de mim.
Agora sou apenas um ente
que sentou na pedra crespa e sem cor.
Agora sou pedra sem o homem
e flores sem cor.
O que restou?
O que sempre fui e sempre serei: Nada.
Agora paro no meio da estrada.
olho a pedra,
que não é nada sem o homem.
Vejo as flores,
que sem meus olhos
não teriam cores.
O vento leva o resto
que ficou de mim.
Agora sou apenas um ente
que sentou na pedra crespa e sem cor.
Agora sou pedra sem o homem
e flores sem cor.
O que restou?
O que sempre fui e sempre serei: Nada.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
O Outro de Mim
Quem me amaria se fosse eu?
Quem me amaria se no reflexo
Do espelho refletisse o outro de mim?
Tocar-me-ia se em minha face
Encontra-se tua face.
Teu amor por mim seria amor por ti.
Amar-me-ia se fosse outro?
E se fosse outro amaria a mim?
Olha-me e segura minhas mãos.
Não! Olhe para ti.
Sou veia e você artéria.
Somos um só coração.
Seria eu sem ti?
Entre lágrimas e risos,
Paz e conflitos,
Irei um dia me encontrar?
Amar ou odiar? Somos inerentes.
Sou ente, você é ser.
Expelir ou esquecer?
Gritar ou silenciar a dor?
Não gritamos com amor?
Sou silêncio, você é grito.
Você é palavra viva
Enquanto eu... Vivo?
Que o outro de mim
Dê-me a paz que tanto preciso.
Não! Não me deixe só.
Não serei eu só.
Quem está escrevendo agora?
Eu? O outro de mim?
Ou o intervalo entre ambos?
Somos tantos...
Quem me amaria se no reflexo
Do espelho refletisse o outro de mim?
Tocar-me-ia se em minha face
Encontra-se tua face.
Teu amor por mim seria amor por ti.
Amar-me-ia se fosse outro?
E se fosse outro amaria a mim?
Olha-me e segura minhas mãos.
Não! Olhe para ti.
Sou veia e você artéria.
Somos um só coração.
Seria eu sem ti?
Entre lágrimas e risos,
Paz e conflitos,
Irei um dia me encontrar?
Amar ou odiar? Somos inerentes.
Sou ente, você é ser.
Expelir ou esquecer?
Gritar ou silenciar a dor?
Não gritamos com amor?
Sou silêncio, você é grito.
Você é palavra viva
Enquanto eu... Vivo?
Que o outro de mim
Dê-me a paz que tanto preciso.
Não! Não me deixe só.
Não serei eu só.
Quem está escrevendo agora?
Eu? O outro de mim?
Ou o intervalo entre ambos?
Somos tantos...
Estou tentando pegar o vento com as mãos
Há tantos entes vagando
Com suas almas incógnitas de si mesmo.
Nas ruas muitos becos e esquinas
Dando vários caminhos e incertezas.
Há tanto medo e desprezo em seus olhos.
Fútil e medíocre são suas ciências baratas,
Não há só uma que não me mata.
Odeio quem diz: Essa é a única verdade.
Sim! A verdade mata ao que chamamos de verdade.
As ciências são ciências em si mesmas.
E eu, quem sou?
Quem ou o que me dirá quem sou?
Há tanta gente nas praças e ruas gritando
E suplicando por um pedaço de vida.
Há tantas etiquetas e marcas ao invés de nomes.
Sou normal? Não sei. Mas tenho todo
[o direito de não sê-lo.
Pessoas iguais e normais roubam-me a vida.
Sim! Sei que todos têm o direito de serem
iguais e normais,
Assim como tenho o direito de não ser.
Ai, ai! Ser diferente é sufocante,
Há um grande preço a se pagar,
E essa angústia existencial... Ah, essa angústia.
Há tantos mendigando amor.
Enjôo-me só de pensar em tal
Fraqueza e egoísmo alheio.
O amor platônico é tão só,
Que de tão só é verdadeiro.
Céus! Volto a falar de verdade,
Como se a soubesse, como se soubesse
[o que é o amor. O que é o amor?
Melhor voltar ao silêncio de mim,
E tentar parar de pensar no que penso agora.
Há tantos mortos nas ruas
acelerando seus carros de luxo,
Gritando na bolsa de valores,
Brigando no trânsito, nos jogos de futebol.
Há tantos jovens-velhos formando-se nas universidades.
[SÃO TODOS IGUAIS! FORMAS DE FORMATURA!
Ouviram? FORMAS DE FORMATURA!
E eu, aqui, em meu quarto, só.
Só, como todos estão sós.
Acho que a solidão gosta de mim.
Mas só estou eu e ti, e todos.
A solidão é uma questão de escolha,
Principalmente para aqueles que
Tem medo de se ferir.
Não tenho medo de me ferir, pois a própria
[felicidade, às vezes, me fere.
A felicidade é uma causalidade
E o sofrimento é a angústia opcional
De deixar-se ser.
Não tenho medo.
Não tenho medo do espontâneo.
Há tantas pessoas rindo e fingindo
E em seus olhos uma tristeza indizível.
Há tantas lágrimas não vistas,
Tantos amores não vividos.
Há tantos estranhos nas famílias,
Tantas crianças esquecidas.
A infância depois de tanto tempo
Volta a tornar-se adulta.
Há tantos nas ruas e praças
[com suas máscaras.
E eu, aqui, só, escrevendo.
Não quero mudar nada.
NADA jamais mudou nada.
Sou só mais um preguiçoso de plantão,
Sentado e escrevendo em vão.
Escrevendo em vão?
Estou tentando pegar o vento com as mãos...
Só eu sou capaz disso, e só.
O sono veio, enfim, como a primavera
E suas flores e borboletas.
Enfim, agora posso dormir e fingir não existir.
Agora posso descansar minha alma
E meu coração enquanto estou morto.
Amanhã ao renascer não serei mais quem sou.
Amanhã serei outro que nascerá de mim.
Não sei até quando continuarei a sê-lo.
Renasço a cada instante, a cada novo dia...
Se não morresse constantemente
[morreria para sempre.
Não aguentaria ser sempre eu,
Ser sempre o mesmo.
Morrer é minha suprema salvação de ser.
Há tantos fazendo sexo no escuro.
Há tantos sentindo a falta de alguém.
E eu, aqui, só, escrevendo.
E eu, aqui, só... E a ausência.
Ah, o amor, essa raposa que passeia
Nos dias de sol e chuva.
O arco-íris abraça o rio como uma aliança,
Como um casal recém casado,
Mas logo em seguida como uma nuvem
Desaparece pelo ávido sopro do vento.
Ah, o amor, essa coisa que nos pega se surpresa.
Ah, o amor...
Enfim, o sono veio, como uma borboleta
Avisando a aurora da primavera
Depois de uma tempestade.
Agora posso dormir e fingir não existir.
Existir é apenas estar vivo?
Estou tentando pegar o vento com as mãos...
Com suas almas incógnitas de si mesmo.
Nas ruas muitos becos e esquinas
Dando vários caminhos e incertezas.
Há tanto medo e desprezo em seus olhos.
Fútil e medíocre são suas ciências baratas,
Não há só uma que não me mata.
Odeio quem diz: Essa é a única verdade.
Sim! A verdade mata ao que chamamos de verdade.
As ciências são ciências em si mesmas.
E eu, quem sou?
Quem ou o que me dirá quem sou?
Há tanta gente nas praças e ruas gritando
E suplicando por um pedaço de vida.
Há tantas etiquetas e marcas ao invés de nomes.
Sou normal? Não sei. Mas tenho todo
[o direito de não sê-lo.
Pessoas iguais e normais roubam-me a vida.
Sim! Sei que todos têm o direito de serem
iguais e normais,
Assim como tenho o direito de não ser.
Ai, ai! Ser diferente é sufocante,
Há um grande preço a se pagar,
E essa angústia existencial... Ah, essa angústia.
Há tantos mendigando amor.
Enjôo-me só de pensar em tal
Fraqueza e egoísmo alheio.
O amor platônico é tão só,
Que de tão só é verdadeiro.
Céus! Volto a falar de verdade,
Como se a soubesse, como se soubesse
[o que é o amor. O que é o amor?
Melhor voltar ao silêncio de mim,
E tentar parar de pensar no que penso agora.
Há tantos mortos nas ruas
acelerando seus carros de luxo,
Gritando na bolsa de valores,
Brigando no trânsito, nos jogos de futebol.
Há tantos jovens-velhos formando-se nas universidades.
[SÃO TODOS IGUAIS! FORMAS DE FORMATURA!
Ouviram? FORMAS DE FORMATURA!
E eu, aqui, em meu quarto, só.
Só, como todos estão sós.
Acho que a solidão gosta de mim.
Mas só estou eu e ti, e todos.
A solidão é uma questão de escolha,
Principalmente para aqueles que
Tem medo de se ferir.
Não tenho medo de me ferir, pois a própria
[felicidade, às vezes, me fere.
A felicidade é uma causalidade
E o sofrimento é a angústia opcional
De deixar-se ser.
Não tenho medo.
Não tenho medo do espontâneo.
Há tantas pessoas rindo e fingindo
E em seus olhos uma tristeza indizível.
Há tantas lágrimas não vistas,
Tantos amores não vividos.
Há tantos estranhos nas famílias,
Tantas crianças esquecidas.
A infância depois de tanto tempo
Volta a tornar-se adulta.
Há tantos nas ruas e praças
[com suas máscaras.
E eu, aqui, só, escrevendo.
Não quero mudar nada.
NADA jamais mudou nada.
Sou só mais um preguiçoso de plantão,
Sentado e escrevendo em vão.
Escrevendo em vão?
Estou tentando pegar o vento com as mãos...
Só eu sou capaz disso, e só.
O sono veio, enfim, como a primavera
E suas flores e borboletas.
Enfim, agora posso dormir e fingir não existir.
Agora posso descansar minha alma
E meu coração enquanto estou morto.
Amanhã ao renascer não serei mais quem sou.
Amanhã serei outro que nascerá de mim.
Não sei até quando continuarei a sê-lo.
Renasço a cada instante, a cada novo dia...
Se não morresse constantemente
[morreria para sempre.
Não aguentaria ser sempre eu,
Ser sempre o mesmo.
Morrer é minha suprema salvação de ser.
Há tantos fazendo sexo no escuro.
Há tantos sentindo a falta de alguém.
E eu, aqui, só, escrevendo.
E eu, aqui, só... E a ausência.
Ah, o amor, essa raposa que passeia
Nos dias de sol e chuva.
O arco-íris abraça o rio como uma aliança,
Como um casal recém casado,
Mas logo em seguida como uma nuvem
Desaparece pelo ávido sopro do vento.
Ah, o amor, essa coisa que nos pega se surpresa.
Ah, o amor...
Enfim, o sono veio, como uma borboleta
Avisando a aurora da primavera
Depois de uma tempestade.
Agora posso dormir e fingir não existir.
Existir é apenas estar vivo?
Estou tentando pegar o vento com as mãos...
Ímpeto
Nada irá mudar.
Ficarei sempre na espera.
Nesse deserto oco e vazio
Que é uma folha virgem.
Nada irá mudar,
Ainda que as palavras ganhem vida.
Ainda que meu grito ecoe ao mundo,
Tudo é solidão e um silêncio oculto.
Nada ira mudar.
É só mais uma forma de desabrochar,
Só mais um anjo com asas feridas
Lamentando por não voar.
Lamúria, melancolia, desertos,
Vulcões, solidão.
Escrever é abraçar o vento
E voltar ao momento da criação.
Quero ver uma borboleta voando
Ou uma pétala de rosas flutuando.
Quero ver a liberdade fluindo
De todos os cantos.
Não. Nada irá mudar.
Meu coração está cansado de sangrar.
Minha alma precisa descansar.
Quero ver borboletas e rosas
Colorindo o ar.
Quero tocar o ímpeto desse instante
E sentir na atmosfera uma explosão de vida.
Quero que meu coração
Continue pulsando e oxigenando
O coração do mundo... De todo o mundo.
Ficarei sempre na espera.
Nesse deserto oco e vazio
Que é uma folha virgem.
Nada irá mudar,
Ainda que as palavras ganhem vida.
Ainda que meu grito ecoe ao mundo,
Tudo é solidão e um silêncio oculto.
Nada ira mudar.
É só mais uma forma de desabrochar,
Só mais um anjo com asas feridas
Lamentando por não voar.
Lamúria, melancolia, desertos,
Vulcões, solidão.
Escrever é abraçar o vento
E voltar ao momento da criação.
Quero ver uma borboleta voando
Ou uma pétala de rosas flutuando.
Quero ver a liberdade fluindo
De todos os cantos.
Não. Nada irá mudar.
Meu coração está cansado de sangrar.
Minha alma precisa descansar.
Quero ver borboletas e rosas
Colorindo o ar.
Quero tocar o ímpeto desse instante
E sentir na atmosfera uma explosão de vida.
Quero que meu coração
Continue pulsando e oxigenando
O coração do mundo... De todo o mundo.
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