O meu mundo é minha poesia.
Tudo o que vivo
Já está invisivelmente escrito.
Folhas nuas é a minha origem,
Faço das palavras meus entes queridos,
E sinto estranhamento em proferi-las
Em lugares ainda virgens.
Esse é meu futuro agora já vivido.
O meu mundo é minha poesia.
Minhas mãos choram de tristeza e alegria.
No fluxo das palavras
Ouço musicas distante.
A música ama a poesia – são amantes.
Amo e desamo.
É o sexo dos anjos.
A transa imortal,
Onde não existe o gozo final.
Meu mundo é belo e maravilho.
Mas, ainda assim, perigoso.
Fui o criador,
Agora tornei-me o ser criado.
Descobri o verdadeiro amor,
No qual jamais serei amado.
As palavras é meu bem maior.
Ah! Se pudesse falar das palavras.
Como dizer-te palavras?
Fala-te por mim,
Porque tu que me fará
Eternamente existir.
Tu que é minha origem,
E meus antepassados.
Tu és minha linhagem,
Meus filhos, netos e bisnetos,
A esperança em todos os fetos.
A poesia é minha vida!
Tudo o que sou e que deixei de ser.
A poesia é minha palavra jamais dita,
Mas ainda assim vivida,
A forma de me transcender,
Minha busca pelo viver.
A poesia é o amor que nunca tive,
O amor que em mim existe
E que me faz viver.
É o breve e tenro
Momento de me conhecer.
Hoje vivo em meu mundo:
Solitário... Agonizado...
Mas um mundo também de amor.
De vida... De palavras vivas.
O mundo por mim amado.
“Criei o mundo e por ele fui criado”.
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