Há algum tempo me perdi.
Já não sei quem sou.
O que restou de mim?
Apenas amor?
Apenas bondade?
Apenas saudade?
Sinto falta do que fui?
Do que realmente sinto falta?
Talvez sinta falta do ódio,
do egoísmo, da raiva... Não sei.
Sinto raiva do que sou?
Sinto falta de quem está em mim
o tempo todo,
de quem não consigo alcançar,
de quem sobrevive dentro de um ser
que não sou eu.
Sinto falta de quem me dar
as mãos todos os dias,
de quem me segura para não cair,
[de um ser que não me deixa desistir.
A bondade é para os fortes,
E eu estou morrendo.
Morrendo para mim mesmo.
Seria morrer minha salvação?
Ah, como desejaria morrer
e renascer a cada novo dia.
E a coragem de ser?
E a necessidade de morrer, viver,
remorrer, reviver?
E a beleza oculta de ir vivendo o acaso,
O fluxo do inexperado,
o susto da paixão quando invade o coração,
do amor que brota como uma bela flor
e desabrocha fora da primavera,
de ir vivendo tudo aquilo que não se espera.
E a certeza da incerteza,
de que nada é para sempre,
[de ir vivendo o que for sendo?
Estou morrendo,
Como todos estão.
Há algum tempo me perdi
E continuarei a me perder.
Terei a coragem de me encontrar?
Morrer para ser... Para viver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário