Há um insano mundo em que vivo.
Que não fujo
Que não minto.
Há um encanto nesse mundo
Que eu amo
Que eu vivo
E que estou sempre faminto.
De encanto e desencantos
Fui feito um grande homem.
Um homem louco.
Assim me chamam,
Por não ser mais um entre os outros.
Sim. Na multidão sou transcendente.
Em silêncio me faço.
Não grito. Porque se gritar...
Ah, se gritar... Irão me escutar?
Sempre foi assim.
Os loucos são temidos,
E por serem loucos nunca morrem,
Estarão para sempre vivos.
Viva o dia da loucura!
Viva a insanidade dos sábios!
Viva também a coragem
De não temer a verdade.
Viva o enterro dos temerosos,
Que há muito já estão mortos.
Pois vivem no senso comum
Onde são apenas mais um.
Um dia disseram-me:
– Não faça isso, é loucura.
Nesse momento comecei a rir
E já não sabia se o que sentia
[era raiva ou pena.
E gritei em sentença:
– Viva minha loucura.
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