Estou tentando falar.
Estou buscando alguma
forma de como falar.
Preciso dizer qualquer coisa,
Qualquer coisa só para desabafar.
Fecho os olhos para não ver,
Como se ver fosse apenas olhar.
Queria tanto dizer,
Mas não sei como falar.
Queria não ver,
Queria esquecer,
E nunca mais relembrar.
Queria perder a memória e tudo
Que escrevo jogar fora.
Queria falar qualquer coisa.
Falar-te que...
Sabe, é tão difícil falar.
Nunca se sabe a palavra ou hora certa.
Como falar o que vejo?
Como dizer o que sinto?
Eu vejo...
Eu sinto...Não sei!
Sinto muito medo
de estar sozinho.
Ó, céus! A solidão ímpar
De mim é um inexprimível vazio.
Que inferno! Ver tudo tornou-me cego.
Sinto falta de quando era criança.
Ah, que saudade da minha
Infantil ignorância.
Sinto falta do colo materno,
Do amor puro e inconsciente.
Suplico! Não se afastes de mim.
Preciso de ti!
Não quero dar-te minha solidão,
Não quero ferir seu coração.
É que em mim a tanto amor
Que me corrói.
O amor é o melhor e pior de mim.
Ó, Deus! O que sinto?
Estou tentando, preciso, suplico.
Como falar o que sinto?
A caneta acabou a tinta,
A palavra é infinita.
Sim. Falar é difícil.
Eu grito como todos gritam
No fundo de sua solidão.
Estou tentando falar.
Mas como expressar o inexpressivo?
Tenho medo de me perder.
Tenho medo do que sinto.
Que inferno!
Palavras são apenas palavras.
Enquanto o silêncio é o que não
Deve ser dito, porque o silêncio
É o maior de todos os gritos.
Bem.
O que sinto?
O meu silêncio é o teu silêncio
Em mim vivo.
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