O mundo cabe em minhas mãos.
O sentimento, os sonhos,
Todos cabem em minhas mãos.
Tão pequena e frágil,
Presa a uma caneta de lágrimas.
Quanta ilusão em mãos imaginárias.
A música, a arte, a ciência,
Todos cabem em minhas mãos.
Minhas mãos ultrapassam
Meu coração.
Em minhas mãos estão meus sonhos,
Meus sentimentos e minha vida,
Meus amores e ódios,
Minha verdade perdida.
Nela está minha liberdade
Minha infância crescida.
O medo, a solidão,
Todos cabem em minhas mãos.
O amor e o ódio
Seguro como um arpão.
Sou forte, mas às vezes
As lágrimas são inevitáveis.
Há em mim um dúctil paradoxo.
É nele que encontro o que nunca vi
E tudo está em ti e não em mim.
A vida e a morte
Cabem em minhas mãos.
Com elas crio meu além-mundo.
Brinco de viver ou de morrer.
É nelas que encontro
o sentido de viver.
A fome, a dor, o sofrimento,
Todos cabem em minhas mãos.
Essa tornou-se minha
Latente grandeza.
E a única coisa que
Consigo segurar é uma caneta.
Que um dia minhas palavras
Ganhem vida.
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