quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Eu e Meu Cadáver

Entre uma aurora e outra surgiu-me
Uma nova verdade.
Essa manhã em que admiro
Profundamente a natureza
E tudo que está vivo.
Essa manhã em que namoro
Tudo que sinto.
Essa manhã que é só minha.
Essa manhã vazia.

Hoje penso só,
Entre árvores e animais.
Hoje estou entre meus iguais.
Não! Não estou só,
Estou só e comigo.
Estou com o outro de mim.
Meu cadáver está apenas dormindo.

Na solidão da floresta eu sou eu.
Sou tudo que se perdeu
E tudo que virá.
Mas agora sou o intervalo entre ambos.
Agora sou mágica,
Poesia e encanto.
Nessa manhã tudo está vivo.
Dos meus pensamentos mais ínfimos
Aos meus devaneios cognitivos.
Hoje a solidão é salvação.
Hoje posso ver o mundo,
Sentir a vida,
E ser quem realmente sou.
Hoje a brisa acaricia meu rosto,
O tempo me abraça.
Hoje a vida é minha amada.

Hoje não quero voltar para a cidade.
Só por hoje me deixa ser quem sou.
Só por hoje não sou cadáver.

Entre uma aurora e outra
Surgiu-me uma nova verdade.
E em mim está a verdade.

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