Sinto o peso do passado
De meus ancestrais.
Sinto o peso das guerras santas,
Da Santa Inquisição,
Das bruxas lançadas na fogueira,
Das guerras civis, do holocausto,
Das ditaduras, dos escravos.
Sinto o peso do 11 de setembro,
Das religiões doentes,
Da ignorância humana.
Sinto o peso de ser gente.
Sinto o peso das chacinas,
Dos assassinatos de crianças,
Da morte de nossa esperança.
Sinto o peso da cegueira,
Da surdez e mudez hedionda.
De uma mórbida insensatez.
O peso da efêmera tristeza
Por não ver o outro.
Sinto o peso dos drogados,
Dos embriagados, dos mendigos,
Dos ladrões, dos assassinos,
De uma sociedade colérica e insana.
“Sinto o peso de não ser criança”.
Sinto o peso da insanidade humana.
Sinto o peso do mundo,
Das noites sem dormir,
Dos pensamentos mais profundos
Que não consigo expelir.
Sinto o peso de viver.
É tão difícil ser.
Sinto o peso de ser só,
De minha solidão,
Do meu silêncio,
E de minha impotência.
Sinto o peso de minha existência.
Sinto o peso do que sou.
Sinto o peso do amor.
Sinto o peso de minhas palavras
E de toda dor que há em minha alma.
Sinto o peso de saber que minha
Individualidade já não é só minha.
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