Entre palavras já não somos mais eu e você.
São vidas que transbordam
Pelo desconhecido infindo das palavras,
Pelo intervalo entre frases,
Pelos pré-pensamentos e sentimentos
Que desabrocham entre as margens.
Já não somos mais eu e você.
Somos agora o mistério fluindo
Em uma folha virgem,
Em um momento em que o sentir
É gradualmente concomitante.
Entre palavras agora somos anjos.
Somos o cume do amor.
Somos agora o mais profundo
Que há nas entrelinhas das poesias.
Somos brisas tocando o rosto do mundo,
Namorando o tempo do tempo.
Já não somos mais eu e você.
Somos agora a essência da vida
Que há muito se perdeu,
O amor que há muito morreu.
Entre palavras nos tornamos humanos.
Somos agora canções, melodias,
Rosas desabrochando, encantos,
Borboletas voando, pássaros cantando.
Somos agora a aurora, o pôr-do-sol,
O sorriso de uma criança... A esperança.
Somos o tempo beijando a vida.
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